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Reflexões sobre o livro "A Arte de Respirar"

Atualizado: 17 de out. de 2020



O livro “A Arte de Respirar“, do Dr. Danny Penman é curto e simples, mas nem por isso é menos impactante. 

Eu levei duas horas para ler ele, mas quanto mais eu lia, mais a minha mente trabalhava, pensando e pensando sobre o contéudo do livro. 

Com exercícios de meditação, ilustrações lindas e um texto rápido, claro, simples e profundo, o livro fala sobre atenção plena e meditação – mas acho que ele acaba indo um pouco além disso.



Meditação e atenção plena

A meditação é um exercício focado na atenção plena, que envolve direta ou indiretamente a respiração. 

Já a atenção plena é você focar na sua respiração, no seu corpo e no movimento dele, nos seus pensamentos e sentimento e nas coisas que estão a sua volta.

A atenção plena faz com que os nossos sentidos parecem estar mais aguçados, mas na verdade, nós apenas estamos prestando mais atenção neles e assim, se tornam mais poderosos. 

Ter atenção plena também é você ser um observador dos seus pensamentos, vendo como vem e vão, mas sem tentar muda-los ou critica-los. A mesma coisa acontece com os nossos sentimentos: devemos observar eles, sem tentar mudar ou criticar. 

A atenção plena e a meditação acalmam e fazem o nosso corpo não ter tanto estresse, já que ela quebra um ciclo vicioso que o nosso corpo entra quando está com estresse. 

Esse ciclo funciona assim: você fica estressado e ai, o seu corpo fica tenso, o que faz com que você respire com dificuldade, sobrecarregando o seu corpo, o que faz com que ele fique com mais estresse, o que gera mais tensão e assim por diante. 

Mas quando respiramos concientemente (através da atenção plena), nós conseguimos dar mais oxigênio ao nosso corpo, fazendo com que o nosso corpo não se sobrecarregue e assim, não gera mais estresse, quebrando o ciclo. 

Além de que, isso faz com que o cérebro libere hormônios calmantes, que fazem o corpo parar de ficar tenso e assim, o estresse que você sentia se dissipa. 

A meditação e a atenção plenas tem muitos benefícios, mas se esses benefícios são o seu objetivo ao pratica-las, você pode acabar não alcançando isso, pois cairia no Circulo Vicioso Infernal: quanto mais tentamos sentir algo, menos disso iremos sentir.

As coisas são como elas são

A coisa que mais me impressionou no livro todo é em como as coisa são e podem ser simples. Em como a gente complica demais as coisas e em como podemos ser mais felizes e de fato existir da forma mais singela possível. 

Bom, lembra que eu disse que a atenção plena é você observar os seus pensamentos e sentimentos e sensações e tudo mais sem tentar mudar ou criticar, vendo como são simplesmente? Pois é, é esse tipo de coisa que devemos fazer para tornar nossa vida mais simples e verdadeira. 

A gente tem o costume de classificar as coisas, criar rótulos para as coisas, definir elas em palavras (que nada mais são do que caixinhas, de um jeito ou de outro) e isso tem as suas vantagens e muitas vezes simplifica as coisas, mas também complica elas. 

Acho que a gente complica quando colocamos as coisa em caixinhas de valores, quando a gente coloca as coisa em certo e errado, em bom e mal, em certo e errado, em fracasso e sucesso, em feliz e infeliz, em dor e prazer. Enfim, fazemos isso quando colocamos as coisas ou como positivas ou como negativas. 

E as coisas não são ou positivas ou negativas, elas são ambas: positivas e negativas. Isso porque as coisas são como imãs: tem sempre o lado positivo e o negativo. 

Confia em mim, se você for procurar, sempre vai achar algo positivo em uma coisa negativa e uma coisa negativa em algo positivo. Não importa o quanto você tente isolar o positivo do negativo, sempre vai surgir um novo positivo nas coisas negativas e um novo negativo nas coisas positivas, como acontece em um imã, quando isolamos o negativo do positivo. 

Enfim, eu acredito demais nisso e acho que esse livro reafirma essa ideia e talvez vá até além: a gente colocar as coisas nessas caixinhas não ajuda em nada, só piora até. 

Porque as coisas são como são e quando a gente tenta dar um juízo de valor para elas, não só a gente vê elas de uma forma mais distorcida, como a gente também perde a oportunidade de ver como funcionam.

Quando a gente está pensando demais, tentando criticar e entender de uma forma superficial como essa das coisas serem divididas em positivas e negativas, a gente perde a oportunidade de simplesmente viver no momento e acabamos vivendo para o momento.

A gente acaba entrando em ciclos que fazem a nossa felicidade (que é aceitar o positivo e o negativo e não fugir do negativo e tentar buscar apenas o positivo) se esvair por entre os nossos dedos. 

Enfim, acho que quando a gente aceita as coisas como são, sem julgar nem criticar (ou seja, classificar como algo positivo ou negativo), a gente consegue desfrutar de uma forma mais plena e consciente da vida e de fato desenvolver a atenção plena. 

Autoconhecimento corporal

Acho que uma coisa que a atenção plena desenvolve com potência é a nossa capacidade de reconhecer e conhecer melhor o nosso corpo, em todos os níveis.

A gente muitas vezes separa o nosso corpo da nossa mente, mas eles são um só e funcionam em conjunto: portanto, para entender um, precisamos entender o outro. 

Quando a gente entende o nosso corpo e como ele funciona (como ele reage a cada emoção, que partes são afetadas com cada sensação, como cada sentido nosso pode ser desenvolvido e trabalhado), a gente acaba entendendo também como a nossa mente funciona. 

Quando ficamos tensos, percebemos que estamos estressados. Quando estamos mexendo os braços e pernas, percebemos que estamos ansiosos. Quando não conseguimos parar de sorrir, percebemos que estamos alegres e por ai vai. 

Comece a notar que partes do seu corpo são influenciadas com cada emoção que você sentir, com cada pensamento seu, com cada sensação que você sentir. 

Isso ajuda a entender melhor o seu corpo e como ele funciona, claro, mas também te ajuda a descobrir o que está sentindo apenas pelo corpo, ao invés de ter que descobrir o que está sentindo apenas com perguntas que faria para a sua mente. 

Esse autoconhecimento que a atenção plena nos proporciona faz com que a gente lide melhor com os nossos hábitos também, faz com que a gente responda as coisas ao invés de reagir, pois faz com que a gente fique mais consciente tanto do que pode acontecer quanto do que podemos fazer acontecer. 

Por exemplo, se você está brigando com alguém e percebe que está cerrando os punhos, então sabe que está com raiva e ai sabe que isso pode fazer com que você fale impulsivamente ou que seja violento, por exemplo. 

Mas, se você fica consciente disso, consegue respirar e pensar antes de reagir, assim você acaba agindo com mais consciência e cuidado, evitando algo que você provavelmente se arrependeria depois. 

Enfim, a atenção plena nos permite isso e quanto mais a gente desenvolver ela, mais iremos conhecer nosso corpo e mente.

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