O que é afinal a comparação? E porque ela é tão próxima da inspiração?
Esses questionamentos estavam passando pela minha cabeça há alguns dias, quando eu não estava conseguindo lidar muito bem com as redes sociais. Algumas são uma grande fonte da minha inspiração, já outras, são uma fonte negativa onde eu fico sempre me comparando com os outros.
Então, em meio a uma crise existencial sobre o que exatamente eu iria fazer, eu comecei a fazer perguntas, porque é o que eu faço quando estou em crise. E uma das perguntas que eu fiz foi: qual a diferença entre comparação e inspiração?
A diferença do efeito de ambas talvez seja mais clara: a comparação é quando a gente olha para outra pessoa e depois para nós mesmos e sentimos algo ruim com esse olhar do outro para nós, já a inspiração é quando você também olha para o outro e depois para si mesmo, mas não há um efeito negativo.
As duas coisas envolvem a gente analisar a nós mesmos através do outro. Mas a diferença está no efeito. Então o que, no meio desse processo todo, faz com que o efeito possa ser positivo (gerando a inspiração) ou negativo (gerando a comparação)?
E, alguns dias depois disso, eu acredito que cheguei a uma conclusão sobre isso.
Exigências
Analisando a minha própria relação com as redes sociais e com as que eu sentia inspiração e com as que eu me comparava, eu cheguei a conclusão que o que diferencia realmente a comparação da inspiração são as exigências que a gente tem sobre nós mesmos.
A gente exige muito de nós, exige que a gente seja de um determinado jeito: que sejamos perfeitos, suficientes, que sejamos produtivos, saudáveis, gentis e por aí vai. Mas, quando a gente olha para o outro e percebe que ele é tudo aquilo que nós nos exigimos ser, a gente se frustra e a comparação surge.
É como se ver o outro fosse um lembrete de que a gente não está sendo aquilo que a gente quer e exige ser. É por isso que as redes sociais são uma grande fonte de comparação: porque a gente vê vidas perfeitas (até certo ponto) ali e a gente vê a melhor versão do outro e começa a achar que ele é assim.
Mas, na verdade, até quando a pessoa está sendo honesta, o problema não está nela. E daí que ela mostra a vida perfeita dela? Quando isso te afeta, isso diz mais sobre você do que sobre a outra pessoa.
E sabe porque? Por que isso é um lembrete seu, das suas próprias exigências e não da outra pessoa.
Mas aonde entra a inspiração nessa história?
Possibilidades
Se a comparação é um lembrete das nossas exigências, a inspiração é um lembrete de que podemos ser daquele jeito, mas não precisamos ser se não quisermos.
Por exemplo, quando a gente vê a vida de alguém que saiu de um emprego ruim para um novo, mais saudável e que trouxe mais qualidade de vida para aquela pessoa, isso pode nos gerar inspiração ou comparação.
Se a gente está em um emprego que nos faz mal, em que a gente está sempre procrastinando de fazer algo a respeito, é claro que vamos nos comparar com aquela pessoa. Afinal, a gente está mal e está se exigindo algo (no caso, sair do emprego que nos faz mal).
Mas e se a gente estiver em um emprego bom, que nos faz bem e que amamos? A gente vai ver essa história e simplesmente nos inspirar: podemos mudar algo que nos faz mal. Talvez a gente até olhe para as coisas negativas na nossa vida e tente mudar elas, mas sem exigências. A gente já está feliz, mas podemos ficar mais felizes se quisermos.
Então, a grande diferença entre comparação e inspiração está justamente no fato de algo ser um lembrete ou das nossas exigências ou de algo que podemos ser, mas apenas se quisermos. Ou seja, a grande diferença está na possibilidade de ser algo.
Onde o amor próprio entra nessa história?
Parece que isso não tem nenhuma ligação com o nosso amor próprio, que essas exigências não tem a ver com ele. Mas elas têm. Não apenas os efeitos disso são consequências da nossa falta de amor próprio, como também podemos melhorar isso através do amor próprio.
Bem, existem dois tipos de amor próprio: o amor próprio baseado no valor e o amor próprio baseado no tratamento. O primeiro é a tal da autoestima, já o segundo, é a autocompaixão.
A autoestima é muito mais cansativa e frágil do que a autocompaixão e é justamente pelo fato de ela se basear no valor.
Quando temos autoestima, temos valor (ou ao menos, acreditamos que temos valor). Portanto, o inverso também é correto: para termos autoestima e, assim, amor próprio, precisamos ter valor.
E o que é exatamente ter valor? Ter valor é você atender às suas expectativas e exigências sobre você. É você ser a sua melhor versão, é você não cometer erros, não ter defeitos e ser suficiente.
Só que, na maior parte do tempo, a gente não consegue atender nossas expectativas e exigências, a gente comete erros e, quem diria, mas nós temos defeitos. O tempo todo. Sim, nós temos defeitos e por mais que tentemos ignorar eles, eles estão ali.
Isso tudo faz com que a gente sinta que não é suficiente e, percebendo tudo isso, a gente passa a achar que não temos valor. E, se não temos valor, a gente acaba sentindo que não é amado.
Entende agora porque a autoestima é tão cansativa e frágil? E entende porque o problema é bem mais fundo?
Então, se não temos amor próprio e não nos sentimos amados, a gente sente que não tem valor, e, para voltarmos a ter valor, exigimos de nós mesmos que sejamos algo e quando não conseguimos isso e percebemos que outra pessoa consegue, nós nos comparamos e nos sentimos pior ainda. Esse é o grande e prejudicial ciclo da comparação.
Mas como afinal podemos mudar isso?
Transformando a autoestima em autocompaixão
A gente consegue mudar tudo isso, todos esses efeitos negativos, cortando o mal pela raiz: mudando a fonte do seu amor próprio para o seu tratamento e não mais para o seu valor.
Quando a gente faz isso, a gente cria uma base de amor próprio muito mais consistente, pois é algo que não depende do nosso valor, algo que muda constantemente. Não, a gente foca em algo mais consistente e ativo: a forma com que a gente se trata.
Muitas pessoas têm dificuldade em si tratar com compaixão, bondade e gentileza, mas a gente consegue aprender a fazer isso. E eu acho que há dois grandes passos para a gente conseguir aprender a se tratar com a autocompaixão.
O primeiro passo é entender as três partes da autocompaixão. Eu tenho um vídeo no meu canal em que eu explico certinho cada parte e você pode ver ele clicando aqui.
E o segundo passo é você começar a ter um relacionamento com você, através do amor próprio.
Eu tenho um curso inteiro dedicado a te ensinar não apenas sobre a autocompaixão, mas também a como se amar, como cuidar de si e como ter um relacionamento feliz e saudável com você. Te ensino a como ter sucesso na jornada do amor próprio e como se tornar a pessoa que você mais ama!
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