Morando por algumas semanas em São Jorge, no estado de Goiás, algumas vezes eu acabei ficando sem internet (por causa das chuvas principalmente) e isso me fez pensar no quanto somos dependentes da internet.
Eu mesma dependo bastante dela, afinal, eu trabalho 100% através da internet.
Mas e no nosso tempo livre? E nos momentos em que não estamos trabalhando ou quando não há essa pressão para “fazer algo útil”? Será que nós dependemos da internet nesses momentos também?
É bom não depender tanto dela nesses momentos por dois motivos: primeiro porque ela pode ir embora e quando isso ocorrer, o que você fará? E segundo porque é importante existir uma vida real que a internet não é capaz de nos proporcionar.
Há algo de real e relaxante e poderoso em fazer coisas fora da internet. Sair com os amigos, ler um livro, ter um encontro com você mesmo, ir para uma cachoeira ou praia. Tudo isso não depende de internet e deveria rechear muito mais a nossa vida do que ficar horas e horas nas redes sociais e nos celulares.
E isso é importante também por causa da dopamina.
Dopamina real
A dopamina é esse hormônio da felicidade ligado ao prazer. É ela a responsável pelos vícios, por te aprisionar nas redes sociais por horas e horas, mas também é ela a responsável por gostarmos tanto de trilhas, passeios ao ar livre, livros, filmes, sair com os amigos e tudo aquilo que nos dá prazer.
E o problema de utilizar a internet para ter dopamina é que é uma dopamina fácil, uma dopamina rápida.
De acordo com o livro “Nação Dopamina”, nós criamos uma resistência a esse hormônio quanto mais nos expomos a ele. Quanto mais dopamina consumimos durante o dia, mais e mais iremos ter dificuldade de sentir prazer diante dele novamente.
É por isso que a primeira vez que utilizamos uma droga ou que vemos um filme muito bom ou que provamos alguma comida deliciosa sempre será mais prazerosa do que a segunda, terceira, quarta vez.
E é justamente por isso que é perigoso quando a dopamina vem tão fácil assim para nós: pois vamos criando mais e mais resistência a ela.
Dessa forma, usar e depender da internet para ter o seu prazer diário é perigoso, pois em breve você irá ter tanta resistência ao prazer que nem irá sentir ele mais.
Buscando dopaminas mais “difíceis”
Por isso eu te recomendo usar e abusar dos momentos em que você não estiver trabalhando (ou estudando) para focar muito mais na dopamina real e deixar a internet de lado.
Assim, você terá uma melhor relação com a dopamina e também irá se cercar de experiências reais, ao invés de ficar apenas vendo as experiências dos outros.
Algumas ideias de experiências que possam te dar mais dopamina real:
Banho a luz de velas
Fazer trilhas para cachoeiras
Fazer um jantar ou noite de jogos com os amigos
Criar um clube da leitura
Ler um livro em um café
Ir no parque pintar e desenhar
Passear pelas ruas da cidade observando a vida das pessoas acontecendo
Ir em algum local público e conversar com um desconhecido
Praticar algum esporte em grupo (e de quebra você ainda fará amizades!)
Fazer aulas de algum hobby que você sempre quis aprender (cerâmica, violino, desenho)
Aprender uma língua nova
Uma coisa interessante que eu fazia quando era mais nova era criar um pote da novidade, em que eu colocava bilhetinhos de coisas diferentes para fazer todos os dias. Você pode fazer um assim, incluindo um bilhetinho de algumas atividades como essas que eu listei e fazer um por dia ou um por semana. O importante é focar na dopamina real, combinado?
Espero que eu tenha te ajudado :)
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