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Foto do escritorRaquel Oliveira

Como é o amor não saudável?

Atualizado: 17 de out. de 2020



Na palestra de TED Talk de Katie Hood, ela nos ensina sobre a diferença entre o amor saudável e o amor não saudável.

O amor não saudável é marcado por algumas características, mas se houver apenas uma delas em um comportamento, ele já pode ser visto como um amor não saudável. Essas características normalmente são coisas sutis e que talvez estejamos acostumados, mas não é porque são comuns ou simples que não sejam prejudiciais a nós.

Vale avisar que essas características podem ser vistas também em outros tipos de amor sem ser o de um relacionamento amoroso. Amor não está presente apenas no relacionamento amoroso e um pai pode ter um amor não saudável com um filho ou um amigo com outro amigo também.

Além de que, normalmente tendemos a ver o mal apenas nos outros e nunca olhamos para nós mesmos. Mas, como Katie Hood afirma, ás vezes amamos de forma não saudável e nem percebemos. E sempre podemos melhorar.

Afinal, o amor é um sentimento difícil e complicado e que podemos frequentemente melhorar , assim como melhorar a nós mesmos todos os dias.





Intensidade

A intensidade pode acontecer caso uma pessoa não possa ficar cinco minutos sem você, por exemplo. Há uma urgência nessa intensidade, como se você não pudesse desgrudar do outro nunca, jamais.

E é normal isso no começo de uma relação, já que há um desejo apaixonante e uma vontade de ficar juntos o tempo todo, mas se isso persistir na relação e isso se tornar uma intensidade sufocante para o outro, daí isso se torna o amor não saudável.

Isolamento

É quando, por exemplo, o outro quer fazer tudo com você e assim não permite que você faça coisas com outras pessoas. E você acaba se isolando das pessoas a sua volta, parando de vê-las, até que só resta aquele que está te isolando dos outros. Esse é um comportamento comum de um relacionamento abusivo, aliás.

O isolamento também é uma característica comum dos primeiros relacionamentos amorosos. Acabamos querendo fazer tudo com o outro e apenas com o outro e nos esquecemos de nossa família e amigos. Mas isso não está certo.

Um relacionamento saudável é aquele em que ambos tem independência dentro do relacionamento e não que eles apenas ficam com o outro nos momentos de lazer ou livres.

Ciúmes extremo

Quando o outro se torna controlador e persegue o outro em todos os lugares, isso é o ciúmes extremo.

Sabe aquelas piadinhas em que a namorada coloca um rastreador no namorado sem ele saber? Então, isso parece engraçado, mas não é. É o começo de abuso e faz o outro se sentir nervoso e sufocado.

O ciúmes extremo pode acontecer também quando um exige saber onde o outro está o tempo todo e a todo momento. Ele envolve desconfiança e acusações como “mas e se você me trair? Eu preciso saber onde você está o tempo todo, para que isso não aconteça.”

Traição irá acontecer em qualquer lugar e em qualquer momento. Você saber onde o outro está o tempo todo não irá impedir que uma triação aconteça. Precisamos confiar naquele que amamos, acima de tudo.

Depreciação

É quando o outro faz piadas maldosas e que magoam você. É quando o outro sempre te critica e nunca elogia. É quando o outro faz você se sentir pequeno e inferior.

E o pior, quando você diz que se sente magoado ou ferido com esse tipo de comportamento, ele te acusa e coloca a culpa em você. O que nos leva a um outro padrão do relacionamento abusivo, que é o de se sentir errado o tempo todo.

Volatilidade

É algo semelhante a bipolaridade, ou como uma relação repleta de alto e baixos: depois de uma briga intensa, você tem uma reconciliação dramática; depois de ameaças do que o outro faria se terminassem, de repente ele fica alegre e intensamente feliz por você escolher não terminar com ele.

Aliás, em um relacionamento amoroso, se um quer terminar, devem terminar. Se um não está feliz com a relação, não há razão para continuar, qualquer que seja.

Filhos lidam com divorcio. Você consegue arranjar uma nova casa e se sustentar com ela ou ficar na casa de algum parente ou amigo até lá. Você vai conseguir viver sem o outro (e ele também, por mais que ele ameace se matar ou se machucar caso você termine). Nada é mais importante do que a sua própria saúde mental.

Mas, Katie Hood aconselha, caso for romper com uma relação que começa a ser abusiva (ou até mesmo que já seja abusiva), terminar bruscamente pode causar violência.

Procure ajuda e profissionais para romper com segurança, para que você não coloque sua vida em risco. E continuar em uma relação abusiva (ou que começa a ser) muitas vezes pode colocar a sua vida em risco também. O ideal é terminar a relação, mas terminar de forma segura e cuidadosa.

Como tornar um amor não saudável em um saudável

Parece simples na teoria, mas na prática talvez seja mais complicado transformar um amor não saudável em um saudável.

A primeira coisa que podemos fazer é entender que só porque fomos saudável uma vez, isso não quer dizer que seremos sempre saudáveis. E vice-versa. Precisamos ficara atentos o tempo todo em nossos comportamentos, ainda mais se você se identificou com mais de uma dessas situações de amor não saudável.

Sempre se pergunte: o que eu fiz ou disse é intenso? Causa isolamento? É causado por ciúmes? Faz mal ao outro ou magoa ele? Estou sendo volátil e instável?

A segunda coisa é tentar fazer o oposto de cada característica: tente ficar um tempo sem o outro, cada vez aumentando mais a frequência.

Valorize a sua independência, faça coisas sozinho ou com alguém que não faz coisas há um tempo; confie no outro e deixe que ele faça coisas sem você precisar saber. Não cobre que ele diga sempre onde está e com quem está.

Elogie o outro e mostre sua admiração por ele com frequência e faça ele se sentir para cima e confiante de si o máximo que puder.

Evite ser levado pelo impulso e pela emoção, tente respirar fundo às vezes e pensar no que seria a coisa lógica e racional a se fazer (e jamais faça ameaças).

Sempre podemos melhorar e se o amor é a melhor coisa que fazemos, podemos sempre melhorar mais e mais ele, para que ele cresça e evolua conforme nós crescemos e evoluímos também.

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