A bissexualidade é a atração por dois ou mais gêneros. É um termo guarda-chuva, que engloba vários outros termos, entre eles pansexual, heteroflex, homoflex e por aí vai.
Talvez pela bissexualidade ser um termo guarda-chuva que engloba vários outros, ou porque é algo que pode assumir várias e várias formas diferentes, eu acredito que cada pessoa bissexual tem um experiência um pouco diferente com a própria bissexualidade e com a manifestação dela.
Há pessoas que sentem mais atração por homens do que por mulheres, outras sentem atração romântica apenas por homens, mas romântica e sexual por mulheres, há pessoas que ficam anos e anos sem se relacionar com um dos gêneros e por aí vai.
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A bissexualidade é uma coisa linda e acho que ela mostra muito sobre como a sexualidade em si é muito fluída: porque a própria bissexualidade é muito fluída.
Mas hoje eu gostaria de falar sobre a minha própria experiência sendo uma pessoa bissexual. Talvez, você que também é bissexual se identifique. Talvez você, que não é bissexual, entenda um pouco mais sobre o que é ser bissexual. E talvez você, que esteja confuso sobre a sua sexualidade, encontre uma luz lendo sobre a minha experiência.
Mas enfim, vamos lá, não é?
Eu descobri que eu era bissexual quando eu comecei a gostar de uma grande amiga minha (que inclusive, não sabe que foi por causa dela que eu descobri que eu sou bissexual). Eu namorava um garoto na época e, de início, eu neguei a minha paixão por ela.
Acho que a gente tem esse costume de negar quando algo fora do “padrão” acontece com a gente, afinal, a gente está sempre rodeado de exemplos e mais exemplos heteronormativos, então a gente começa a achar que há algo estranho conosco quando a gente foge desse padrão.
Mas, depois da minha negação, é claro, veio a aceitação e com ela, veio uma luz: eu comecei a entender muitos dos meus comportamentos.
Eu comecei a entender porque eu sempre ficava hipnotizada quando uma garota muito linda passava na minha frente ou quando uma garota ficava mexendo no próprio cabelo na minha frente.
Eu comecei a entender porque eu achava que quando uma pessoa que não sente atração por um gênero, beija ele, porque ela se sente desconfortável.
Eu comecei a entender porque eu tinha vontade de beijar algumas das minhas amigas, porque que, quando eu estava com um homem, as características masculinas dele se sobressaiam, eu notava mais elas, assim como acontecia com as mulheres e suas características femininas.
Eu comecei a entender porque eu sentia uma forte admiração por algumas mulheres, uma admiração que, pasmem, era minha atração por elas.
Depois de todo esse autoconhecimento que surge quando você percebe que se encaixa em uma sexualidade, vêm então as experiências.
Como eu disse, eu namorava na época que descobri que eu era bissexual, então é claro que eu não poderia provar do fruto do mesmo gênero que o meu. Mas é claro que, quando meu relacionamento terminou, a primeira coisa que eu pensei foi que agora eu poderia ficar com mulheres, namorar mulheres, transar com mulheres. Enfim, eu poderia me envolver com mulheres.
Por mais que esse fosse o meu desejo, é claro que a minha atração por homens não havia sumido e eu acabei me envolvendo com vários homens até eu me envolver com algumas mulheres.
Acho que isso também é algo que torna a experiência bissexual de cada bissexual algo único: o meu envolvimento com os gêneros que eu sinto atração provavelmente vão ser diferentes do envolvimento de outra pessoa bissexual e isso não faz com que eu ou a outra pessoa sejamos menos bissexuais por nos envolvermos mais ou menos com um ou mais gêneros.
Mas enfim, eu acho que, depois do meu término, eu me envolvi mais com homens do que com mulheres, por mais que o meu desejo fosse que tivesse acontecido o oposto.
Porém, minha vida ainda continua e sei que ainda vou ter várias e várias experiências com tanto mulheres quanto homens (e talvez até com outros gêneros, já que eu me identifico um pouco também com a pansexualidade).
De qualquer forma, nesse meu envolvimento com homens e mulheres, eu descobri uma coisa: a minha atração, assim como a de qualquer pessoa bissexual, não necessariamente vai funcionar 50/50. Eu não sinto 50% da minha atração por homens e 50% da minha atração por mulheres. Não, não é assim que funciona, pelo menos, não comigo.
Como eu disse, a bissexualidade é fluída e em uma época você pode sentir 40% de atração por homens e 60% por mulheres, em outra, sentir apenas atração romântica por mulheres e apenas sexual por homens. Em outra, não sentir nada de atração por homens e uma grande atração por mulheres e por aí vai.
Então, deixar a minha bissexualidade se manifestar do jeito dela, mesmo que não fosse da forma que eu desejava, foi a melhor forma de eu me relacionar com a minha sexualidade.
Não forçar nada, deixar as coisas rolarem naturalmente, como uma amiga minha diz, é algo que ajuda demais.
Essa é a minha experiência com a minha bissexualidade e tenho certeza que ela vai aumentar cada vez mais e vou descobrir mais e mais coisas sobre ela no decorrer do tempo. Mas e você? Como é a sua experiência com a sua sexualidade, seja ela bissexual ou não? Me conta nos comentários, eu iria adorar saber!
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