No texto anterior eu expliquei sobre o que é a cultura da escassez, sobre a vergonha e sobre como ela afeta os homens e as mulheres. Se você ainda não leu esse texto, leia ele clicando aqui, pois é bem importante entender primeiro como todas essas coisas funcionam para depois podermos lidar com a sensação de insuficiência.
Como lidar com a vergonha
A melhor forma de lidar com a vergonha é com a vulnerabilidade e com a resiliência.
Vulnerabilidade é se expor, é mostrar o seu lado mais feio e mais sombrio. É se abrir e se permitir ser ouvido.
E resiliência é a capacidade que temos para nos adaptarmos a mudanças e situações difíceis.
No livro A coragem de ser imperfeito, de Brené Brown, tem um passo a passo de como lidar com a vergonha, que envolve essas duas palavras (vulnerabilidade e resiliência) e não precisamos seguir esse passo a passo na ordem, apenas fazer todos e cada um dos passos, na ordem que quiser.
O passo a passo é o seguinte:
Reconhecer e compreender os mecanismos da vergonha – o que gerou a vergonha? O que a vergonha está te dizendo? Como o seu corpo está reagindo a vergonha?
Praticar a consciência crítica – faz sentido o que a vergonha está te dizendo? O que tem de verdade no que ela está te dizendo? O que tem de mentira no que ela está te dizendo? Isso que a vergonha está te dizendo e quer que você faça, tem haver com você ou são os desejos e pensamentos de outra pessoa?
Ser acessível – compartilhe a sua história e o que você está vivendo com alguém confiável.
Falar sobre a vergonha – esse é um dos passos mais importantes e envolve literalmente falar sobre o que a vergonha está te dizendo, sobre os seus medos, inseguranças e pensamentos de insuficiência.
Após tudo isso, entra a resiliência, que vai nos permitir assumir o que aconteceu e não ser vitima daquilo e também mudar o que faz sentido mudar, transformando a vergonha em culpa (lembra que eu disse no texto anterior que a culpa era benéfica, não é?).
Se amando
Acredito bastante que quanto mais a gente se ama, mais esses pensamentos de que não somos suficientes passam a ser menos frequentes e até a ser menos importantes.
O amor próprio é muito importante e é uma construção diária. Não tem um único passo que você possa fazer para se amar, pois o amor próprio envolve uma série de coisas.
Mas por aqui eu falo bastante e vou falar ainda bastante no futuro sobre esse assunto, por isso, acompanhar o meu blog e seguir as dicas já vai ser um ótimo primeiro passo para aprender a se amar.
Eu tenho uma série de textos por aqui também sobre amor próprio. Clique aqui para ir na página com todos eles.
Clica aqui
Defina o que é ser suficiente
Lembra que eu disse no texto anterior que tentar ir em exageros não é a melhor solução para lidar com a vergonha e a cultura da escassez? Pois é, quando você define o que é ser suficiente, você impede que você tenha esses exageros.
Você coloca um limite a ser alcançado e que, quando você alcançar ele, vai se sentir suficiente. Claro, não é porque você acha que quando atingir esse limite que você vai se sentir suficiente que você de fato vai se sentir suficiente quando atingir esse limite. Não é assim que funciona.
Mas acho que quando a gente definir o que é ser suficiente para nós, a gente consegue transformar a vergonha em culpa com mais facilidade e assim, lidar com esses sentimentos de insuficiência de uma forma mais saudável.
Então defina o que é ser inteligente o suficiente, bom o suficiente, engraçado ou gentil o suficiente para você e tudo mais. Defina o que é ser suficiente para você e vá atrás disso.
Mas lembre-se de ser realista e de colocar sempre medidas, números e detalhes, como se isso fosse uma meta: ao invés de definir ter sucesso suficiente como “ter um emprego estável”, defina como “ter um emprego estável na empresa X aos 30 anos”. Entende a diferença?
Quanto mais detalhes você der para a sua definição, mais fácil vai ser alcançar essa meta e de fato sentir que está mais e mais perto dela.
Espero que essas dicas tenham te ajudado a se sentir mais suficiente!
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