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Foto do escritorRaquel Oliveira

Como lidar com a sua vida amorosa? E como ter um Caderno do Amor pode te ajudar?



Antes de eu ter o tarô para me ajudar com a minha vida amorosa, eu usava a escrita. Eu ainda uso ela, mas antes eu tinha uma técnica especial: eu tinha um Caderno do Amor e é sobre isso que eu quero falar hoje.


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Mas antes, o que é um Caderno do Amor?


Um Caderno do Amor é basicamente um caderno que você vai dedicar para escrever histórias de amor, seja elas histórias que você já viveu e quer processar melhor elas (ou apenas se lembrar delas) ou histórias inventadas de algo que você gostaria que acontecesse.

O Caderno do Amor nem sempre precisa ter apenas histórias, ele pode ter qualquer tipo de expressão de arte nele: músicas que você escreveu para lidar com o amor, desenhos seus que você fez sobre uma história amorosa sua, seja real ou inventada, ou até mesmo um diário do amor, onde você relata as suas experiências amorosas e também os seus sentimentos diante delas: sejam eles bons ou ruins.

De qualquer forma, ter um Caderno do Amor é algo muito útil e terapêutico porque te permite colocar para fora o que você estiver sentindo, mas também te permite processar melhor os seus sentimentos amorosos e os sentimentos que vierem junto deles (como raiva, tristeza, alegria, decepção e por aí vai).

Agora que você já entendeu o que é um Caderno do Amor, eu vou te explicar mais detalhes como usar ele e quando usar ele, inclusive.


Histórias e experiências reais


Quando vivemos uma experiência amorosa, seja ela bem-sucedida ou não, é normal a gente ficar relembrando dela várias e várias vezes, não é? Principalmente se foi uma experiência mais negativa, a gente vai ficar revivendo a experiência muitas e muitas vezes.

Mas e se a gente pudesse mudar isso? E se a gente pudesse processar essa experiência e parar de ficar revivendo ela várias e várias vezes?

Uma coisa que me ajuda demais a parar o ciclo de ficar revivendo a experiência repetidas vezes é escrever sobre ela. Em geral eu costumo narrar ela como se eu fosse a protagonista de um livro (às vezes em terceira pessoa, às vezes em primeira pessoa) e durante a narração, eu gosto de deixar as minhas impressões, pensamentos e sentimentos dentro da história.

Por exemplo:


“Era difícil ser forte, principalmente quando o assunto era algo que te faz sofrer muito. Era tão difícil estar frente a frente a ele e não poder nem ao menos sorrir.

De repente senti dedos de forma suave segurando o meu queixo, levantando-o.

Eu podia jurar que a distância entre nós tinha diminuído pela metade e quando meus olhos se ergueram, encontraram olhos azuis olhando para eles de forma preocupada.

Eu, inconscientemente, inclinei a cabeça um pouco para um lado.

Embora esse fosse um gesto que eu constantemente fazia quando estava surpresa e imperceptível a alguém que não me conhecesse, Liarc sorriu.

Antes a surpresa me dominou, fazendo perguntas como "Por que ele levantou o meu queixo?" e "Por que parecia tão preocupado?"

Mas agora, quando ele sorriu, quando os lábios dele se abriram em uma forma de alegria e os cantos de seus olhos ficaram enrugados, tornando-os menores, porém ainda mais lindos com as rugas nos cantos, Eu não resisti e sorri também.

E a sensação que eu tive ao sorrir para ele foi tão boa e mágica quanto vê-lo sorrir, se é que isso era possível.”


Isso me ajuda a entender melhor o que de fato aconteceu comigo, tanto o que rolou dentro de mim, quanto o que rolou em um geral. Acho que quando a gente fica relembrando de algo, muito do motivo de nós fazermos isso é para entender melhor o que de fato aconteceu. Mas, quando nós narramos aquele acontecimento, fica mais fácil de entender o que de fato aconteceu e conseguimos seguir em frente.


Sentimentos confusos e decepções amorosas


Uma outra grande forma de você usar o Caderno do Amor é para conseguir entender sentimentos confusos, mas também para lidar com a dor diante de decepções amorosas.

Eu frequentemente gosto de criar cenários na minha mente em que eu vivo uma pequena história, de algo que eu gostaria que acontecesse. Já perdi a conta de quantas vezes criei uma pequena história em que eu beijava a pessoa por quem eu estava apaixonada, quando eu ainda estava confusa sobre os meus sentimentos sobre alguém.

Isso sempre me ajudou porque faz com que eu tenha uma válvula de escape para os meus sentimentos, que ficariam me consumindo dia e noite se eu não achasse uma forma de descarregá-los de mim.

Mas é interessante também porque eu consigo achar um final interessante para uma história que eu ainda nem mesmo vivi.

Eu lembro de uma vez em que eu estava apaixonada por um amigo, mas na época eu estava namorando outra pessoa. Eu lembro que eu fiquei confusa, fiquei pensando “mas como eu posso estar apaixonada por duas pessoas?” e eu sabia que não queria fazer nada a respeito, no sentido de me declarar para o meu amigo ou coisa do tipo.

Eu imaginei que aquilo fosse ser temporário e de fato foi, mas antes de o sentimento ir embora, eu lembro que escrevi uma pequena história em que eu beijava o meu amigo e depois disso ele me dizia que estava confuso sobre o que sentia por mim e que nós não podíamos ficar juntos porque eu estava namorando.

E eu não sei porque, mas de alguma forma escrever sobre algo que você acha que provavelmente aconteceria faz com que a sua mente acredite que aquilo de fato aconteceu. É como se tendo uma finalização para algo, mesmo que inventada, de fato faz a sua mente lidar melhor com um sentimento confuso ou uma dor.

Acho que não apenas entender sobre um sentimento ou dor te ajuda a lidar melhor com isso, mas ter uma finalização para uma situação também te ajuda a colocar um ponto final naquilo. Até mesmo quando você mesma inventa o final.


Um registro para o futuro


Um dos meus motivos favoritos para ter um Caderno do Amor é que ele se torna um registro da sua vida amorosa. É como se ele fosse uma lembrança sua, que jamais vai poder ser apagada ou mudada e, o melhor de tudo, ela é fiel ao que você sente e pensa na época em que acontece.

É normal a gente se lembrar de algo de uma forma diferente da forma que realmente algo aconteceu. Talvez aquele seu primeiro beijo não seja mais tão glamuroso e inocente assim quando você se lembrar dele anos depois. Talvez a sua primeira transa tenha sido melhor do que você se lembra dela. Talvez aquele primeiro namoro que você tenha tido não tenha sido tão amargo assim como você se recorda dele. E por aí vai.

Quando a gente narra as nossas experiências amorosas, colocando as nossas impressões, reflexões, pensamentos e sentimentos junto ali, aquilo se torna uma lembrança congelada, que não pode ser mudada. Mesmo que você se lembre dela de outra forma, você pode sempre pegar o seu Caderno do Amor e ver como as coisas eram na época que aconteceram.

Mas, além do Caderno do Amor eternizar as suas lembranças, ele também te faz perceber o quanto você mudou ou até melhorou no decorrer do tempo. Eu releio várias das minhas histórias amorosas e percebo como as coisas mudaram. Percebo como eu mesma mudei e como a minha forma de encarar o amor mudou.

Tem uma parte de uma história que eu tinha escrito e que eu sempre rio quando releio ela. Ela é a seguinte:


“A garota parou de olhar para os garotos como se qualquer um pudesse ser o amor da sua vida. No lugar disso, ela começou a olhar para os garotos como olhava para as garotas: sem nenhum interesse.”


Eu sempre rio dessa parte porque eu sou uma mulher bissexual: eu olho para as garotas com interesse e, na época em que eu escrevi isso, eu não sabia que eu era bissexual. Apenas dois ou três anos depois de escrever sobre isso que eu iria me descobrir bissexual.

Inclusive narrar as suas próprias experiências de descobertas de como o amor funciona para você também é algo bem interessante: eu nunca cheguei a narrar as minhas experiências enquanto eu estava me descobrindo bissexual, mas confesso que eu gostaria de ter feito isso na época.

Talvez eu tivesse me aceitado e me entendido muito mais rápido se eu tivesse escrito sobre as minhas descobertas amorosas nesse sentido.


Enfim, eu espero que eu tenha conseguido te mostrar uma alternativa interessante de lidar melhor com a sua vida amorosa e espero que ter um Caderno do Amor seja uma ótima experiência para você!

Até o próximo texto!

 

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