Há algumas semanas atrás eu estava ficando muito ansiosa. Eu acredito que eu tenha algum transtorno de ansiedade, mesmo que nenhum psicólogo tenha me diagnosticado, mas grande parte dos sintomas de transtornos de ansiedade (principalmente do transtorno de ansiedade generalizada) eu tenho.
E, tentando lidar com a rotina corrida, com os estudos e trabalhos da faculdade que só aumentavam e aumentavam, tendo que produzir conteúdo e finalizar a criação das minhas consultas de tarô, minha ansiedade acabou piorando bastante.
E, quanto mais a minha ansiedade piorava, menos eu conseguia ser produtiva e isso me gerava mais ansiedade, o que me deixava menos produtiva e me gerava mais ainda ansiedade, criando um ciclo.
Daí, eu resolvi parar e recorrer ao meu grande amigo terapêutico: o tarô.
Eu peguei o meu pano de fazer consultas e tiragens de tarô, peguei meus cristais, fechei a porta do quartinho onde eu estava e sentei, de frente para o tarô. Eu peguei papel e caneta também, para fazer anotações, mas daí eu fiz uma pequena meditação comigo mesma antes (para me acalmar) e fiz uma tiragem.
E o tarô me deu algumas respostas, me fazendo outras perguntas, conforme eu fui tirando as cartas para tentar achar um jeito de lidar com a minha ansiedade.
E, depois de ficar olhando as cartas que tinham saído, de ter anotado sobre elas e tentar entender o que o tarô queria me dizer, eu acabei criando três exercícios para que eu pudesse lidar melhor com a minha ansiedade, baseada nas cartas que tinham saído.
E, depois de duas ou três semanas que eu comecei a fazer esses três exercícios, no começo do dia, eu percebi que, nos dias que eu fazia eles, minha ansiedade melhorava bastante. E é sobre esses exercícios que eu quero falar hoje.
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Mas antes, vamos incluir a depressão na conversa
Eu sei que no título deste texto eu inclui não apenas a ansiedade, mas também a depressão. E por que eu fiz isso?
Bem, por mais que eu tenha criado esses três exercícios para lidar melhor com a minha ansiedade, eu acredito que eles podem ajudar bastante quem tem depressão também. Eu já tive depressão e muitas das coisas que eu fazia para tentar lidar melhor com a minha depressão consistia em alguns desses exercícios que eu vou contar agora.
Mas, o grande motivo de eu ter incluído a depressão nesse texto, ter incluído a depressão como algo que é possível lidar melhor com esses exercícios é porque, tanto a depressão quanto a ansiedade pioram com uma coisa específica: remoer pensamentos.
Quando eu estava lendo o livro “Autocompaixão”, uma parte em específico me marcou bastante. Era uma parte em que a autora falava justamente sobre ansiedade e depressão e sobre porque a autocompaixão ajudava a lidar melhor com esses dois transtornos.
E a frase era assim:
“Nossa mente se agarra a pensamentos negativos e eles se repetem insistentemente, como um toca-discos quebrado. Esse processo é chamado de "ruminação" (a mesma palavra que é usada para a forma de alimentação da vaca) e envolve um estilo de pensar incontrolável, recorrente e intrusivo, que pode causar depressão e ansiedade.
Ruminar sobre os eventos negativos do passado leva à depressão, ao passo que ruminar sobre eventos potencialmente negativos no futuro, leva a ansiedade. É por isso que a depressão e a ansiedade muitas vezes andam de mãos dadas; ambas derivam da tendência subjacente ao processo de ruminar. ”
Talvez a frase não seja exatamente assim, mas a ideia central dela era essa. Então, se tanto a ansiedade quanto a depressão pioram por conta da mesma coisa, isso significa que se a gente souber lidar com esse “ruminar de pensamentos”, nós vamos conseguir lidar melhor com a ansiedade e a depressão, não é?
E, para que fique tudo mais claro ainda, esse ruminar de pensamentos é quando a gente fica pensando e pensando em uma coisa, uma coisa que deixa a gente mal, uma coisa que a gente fez de errado ou que cometeu um erro ou que fracassou ou que magoou a gente e a gente fica relembrando e relembrando.
Esse “ruminar” vêm do ato da vaca, quando ela fica comendo, porque as vacas comem algo e depois ficam mastigando e mastigando várias e várias vezes a mesma comida. Se você reparar nelas, elas sempre estão mastigando algo. E esse ato delas ficarem mastigando e mastigando a mesma comida, chama remoer, por isso que esse “ruminar pensamentos” tem esse nome.
Mas enfim, esses exercícios que eu criei me ajudam bastante a lidar justamente com os pensamentos que eu fico ruminando, muitas vezes esses pensamentos são sobre como eu tenho muitas e muitas coisas para fazer, mas qualquer outro tipo de pensamento que você fique ruminando com frequência, esses três exercícios podem te ajudar.
Eu recomendo fazer eles na ordem que eu vou propor aqui, mas caso você queira fazer em ordem, isso não vai afetar tanto os benefícios desses exercícios, ok?
Exercício 1: Caminhar em silêncio
O primeiro exercício é caminhar em silêncio. E com silêncio, eu quero dizer silêncio mesmo: sem música, sem celular para você conversar com alguém enquanto caminha, sem alguém do seu lado para conversar. Só você e seus pensamentos.
Para muita gente, talvez seja apavorante ficar em silêncio com seus próprios pensamentos. Eu já fiz um vídeo no meu canal sobre isso, sobre como conseguir ficar em paz com a sua própria companhia, mas uma coisa que me ajuda bastante é o seguinte:
Eu fico andando pelo meu condomínio e tento focar minha atenção nos sons ao meu redor.
Esse é um exercício de meditação que eu li no livro “A Magia do Silêncio” e que me ajuda demais a sair de dentro da minha mente e apreciar as coisas ao meu redor.
Quando a gente fica ruminando nossos pensamentos, o problema é justamente que a gente fica ali, com os nossos pensamentos, pensando e pensando, e às vezes parar de pensar um pouco e olhar e apreciar o que está ao nosso redor, é algo que ajuda bastante.
Eu adoro caminhar pelo meu condomínio porque ele é cheio de plantas e eu acredito que a natureza nos acalma bastante, então se você puder caminhar em um lugar que tenha mais coisas verdes, dê preferência para esse lugar.
Mas é claro que um lugar que não tenha coisas verdes pode te ajudar também. O importante para esse exercício é sair um pouco e focar nos sons ao nosso redor, ok?
Exercício 2: Ficar em silêncio
Esse segundo exercício se assemelha um pouco com o exercício anterior, mas com uma diferença importante: nesse, a gente fica parado, em um só lugar, ao invés de ficar andando.
Para esse exercício dar certo, você não precisa ficar meia hora em silêncio. Se você conseguir ficar de três a cinco minutos parado em um lugar tranquilo e silencioso por alguns minutinhos, isso já vai ser ótimo.
Aqui, você pode tentar fazer aquela meditação do exercício anterior, de focar nos sons ao seu redor, mas também pode deixar seus pensamentos correrem soltos pela sua mente. Mas, neste momento de silêncio. O importante aqui é o silêncio externo: ficar em um cantinho em silêncio, não fazendo nada a não ser ouvir as coisas ao seu redor e deixar seus pensamentos correrem soltos pela sua mente.
Caso seus pensamentos assumam um destino cruel, você pode melhorar o diálogo interno dos seus pensamentos com algumas técnicas de autocompaixão que eu vou ensinar agora no próximo exercício.
Exercício 3: Carta para o seu eu crítico
De todos os exercícios, esse é o meu preferido.
Depois de caminhar e de ficar em silêncio, eu gosto de ir para a minha escrivaninha no meu escritório (gentilmente apelidado pela minha irmã de Toca do Lobo), pegar papel e caneta e começar a escrever.
Na carta para o eu critico, eu converso com o meu eu crítico, literalmente.
O nosso eu critico é aquela voz interna nossa que fica nos criticando, nos julgando, nos dizendo coisas às vezes maldosas, às vezes frias, e que nos deixam mal.
Se você reparar, vai ver que quando você fica remoendo seus pensamentos, muitos deles tem a voz do seu eu critico. E que melhor jeito de lidar com essa nossa voz interna do que conversando com ela?
Então, quando eu escrevo a minha carta para o meu eu critico, eu começo escrevendo “Oi Eu Critico” e depois eu começo a escrever.
Há dois tipos de cartas que eu escrevo para o meu crítico: cartas de desabafo e cartas de agradecimento.
Nas cartas que desabafo, eu tento ser gentil e bondosa com o meu eu critico, não apenas pelo jeito que eu escrevo, mas também pelas coisas que eu digo. Mesmo que eu esteja magoada ou triste com as coisas que o meu eu critico me disse, eu tento ser bondosa com ele e isso é um jeito de praticar a autobondade, uma das três partes da autocompaixão.
Eu gosto também de contar ao meu eu critico sobre as coisas que ele me disse e dizer como eu me senti com cada uma delas. Gosto de pedir para ele me tratar melhor, falando sobre como eu estou tentando melhorar, sobre como as coisas ficam mais difíceis quando ele é crítico e cruel comigo.
Fazer isso também é praticar a autocompaixão e, por mais que eu faça isso escrevendo, é possível ter esse diálogo com o nosso eu critico dentro da nossa mente também, desse jeitinho que eu expliquei.
Enfim, essas são as cartas de desabafo e eu gosto de finalizar elas dizendo “apesar de tudo isso, eu te amo e sei que você só quer me proteger e ajudar. Com amor, Raquel.”
Mas, o tipo de carta que eu gosto mais de escrever são as de agradecimento.
Nem sempre nosso eu critico é cruel e maldoso conosco e, quanto mais a gente for melhorando essa relação com ele, é interessante que a gente agradeça por isso também. Então nas cartas de agradecimento, eu agradeço não apenas o meu eu critico, mas a mim mesma por algo que eu fiz, que eu conquistei ou que eu estou tentando conquistar nos últimos dias.
As cartas de agradecimento são tão importantes quanto as de desabafo e elas podem ser misturadas também: em um mesmo dia, você pode desabafar e agradecer o seu eu critico.
Eu gosto de guardar as minhas cartas em um envelope e gosto sempre de colocar a data, para que no futuro eu possa reler elas e ver que problemas me atormentavam no passado e lembrar das minhas conquistas e tentativas de melhorar.
Então, esses são os três exercícios que eu faço para lidar melhor com a minha ansiedade e eu espero que eles possam te ajudar a lidar melhor com a sua ansiedade e com a sua depressão, caso você tenha um desses dois transtornos.
Eu espero que todas essas dicas possam te ajudar! Até o próximo texto!
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