Muitos de nós tem o desejo de assumir o controle sobre a própria vida, de poder comandar ela e de parar de se sentir impotente para fazer algo com a própria vida.
Mas e se eu te disser que para você assumir o controle sobre a sua própria vida, você só precisa mudar a sua perspectiva sobre as coisas?
Sim, parece meio louco pensar isso, mas é verdade: para você assumir o controle sobre a sua vida, você precisa mudar a forma como enxerga a sua vida.
Tem alguns conceitos que moldam a forma como lidamos com a nossa vida e para termos mais controle sobre ela, precisamos parar de alimentar esse conceitos e começar a alimentar os conceitos opostos a eles, que são mais produtivos.
Então, é sobre esses conceitos (e os seus opostos) que eu vou falar no texto de hoje.
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Mentalidade fixa X Mentalidade de crescimento
Esses dois conceitos dizem respeito a como enxergamos as nossas qualidades e habilidades, sejam as que temos ou as que podemos ter. Diz respeito ao que podemos ou não podemos fazer.
Mentalidade fixa é a mentalidade mais comum entre nós e diz respeito a ideia de que precisamos nascer com certas características para podermos alcançar certas coisas.
Por exemplo, imagine que você queira ser um escritor famoso. Mas você não se expressa bem e nem facilmente, não tem o dom das palavras e também não é nem um pouco famoso.
Então, você pensa: bom, eu não nasci para ser um escritor (famoso) então.
Isso, meu amigo(a), é a mentalidade fixa. A mentalidade fixa te diz que você só pode ter certa características, ter certas habilidades, se nascer com elas.
A própria ideia de “dom“ é fruto da mentalidade fixa.
Em detrimento disso, a mentalidade de crescimento diz que tudo é possível, desde que se esforce para tal.
Quer ser um escritor famoso? Bom, pegue papel e caneta e comece a escrever, meu amor. Comece a estudar sobre escrita criativa, storytelling, sobre se expressar na escrita ou até verbalmente se quiser. Comece a ler para caralho, tanto do gênero literário que quer escrever quanto de outros gêneros.
Comece a divulgar a sua escrita e o que você escreve, comece a estudar sobre marketing, sobre publicação de livros e por ai vai.
Duvido que depois disso tudo você não se torne no mínimo um escritor.
A mentalidade de crescimento faz com que abra a nossa mente e nós percebamos que não é porque não nascemos de um jeito que isso significa que as nossas possibilidades do que podemos fazer com nossa vida sejam menos restritas.
Afinal, quantas habilidades e características você já desenvolveu, sendo que nem nasceu com elas? Porque isso seria diferente de outras coisas, sabe?
Portanto, tá na hora de começar a pensar “o que eu posso fazer para alcançar isso que eu quero?“ ao invés de pensar “eu não nasci para fazer isso“.
Vai ser difícil? Com certeza. Mas garanto que vai ser possível e isso é tudo o que você precisa.
Vergonha X Culpa
A vergonha e a culpa são conceitos que dizem respeito a como as suas ações determinam o seu valor.
São conceitos desenvolvidos e falados pela Brené Brown no seu livro A coragem de ser imperfeito e eles são muito úteis para pensarmos sobre o nosso valor e sobre que coisas o determinam.
A vergonha diz que as suas ações determinam o seu valor. Então por exemplo, se você faz coisas ruins, então você é uma pessoa ruim. Se você faz coisa boas, então é uma pessoa boa. Se você faz coisas inteligentes, então é uma pessoa inteligente e assim por diante.
Por mais que haja vantagens em enxergar o mundo dessa forma, esse tipo de mentalidade e visão também é muito limitante.
Afinal, se as suas ações determinam o seu valor, isso significa que o seu passado te define e você não pode mudar o seu passado, por mais que tente.
Mesmo que você faça coisas boas no presente, ainda assim as coisa do passado vão determinar uma boa porcentagem do seu valor.
Além de que, se você faz coisas ruins e isso te faz uma pessoa ruim, então você não pode começar a fazer coisas boas, pois pessoas ruins só fazem coisas ruins (aviso: estou sendo irônica).
Mas então, se percebermos que as nossas ações não determinam o nosso valor, isso abre mais possibilidades para nós, abre mais possibilidades de mudanças, de melhorias.
E esse tipo de mentalidade é a culpa. A culpa diz que não é porque você fez algo ruim, que você seja ruim, e também não é porque você fez algo bom que você seja uma pessoa boa.
O seu valor é determinado por você e não pelas coisas que você faz, entende?
E isso é extremamente libertador, porque isso permite que uma pessoa ruim faça coisas boas, assim como diz que uma pessoa boa possa fazer coisas ruins.
Você pode mudar a qualidade das suas ações sem que isso afete o seu valor, entende?
Isso também ajuda demais a nossa saúde mental, pois acredito que muita gente que faz coisas ruins, mesmo depois de resolver as coisas, ainda assim se sente horrível ou até impotente, pois acredita que 1) se fez coisas ruins, isso significa que ela é uma pessoa ruim e 2) se é uma pessoa ruim, então ela vai fazer mais coisas ruins.
É um ciclo vicioso esse pensamento da vergonha, mas ele pode ser quebrado pela culpa, percebendo que as suas ações não determinam o seu valor.
Culpa X Responsabilidade
Bom, está claro que agora vamos ter um problema de semântica, não é? Bom, para resolver isso, agora nesse tópico, irei falar de um outro tipo de culpa, diferente do tipo explicado pela Brené Brown, que eu falei no tópico anterior.
Agora, esse tipo de culpa que vou falar é um conceito apresentado pelo Mark Manson, autor do livro A Sutil Arte de Ligar o F*da-se que é o livro em que ele explica a diferença entre esses dois conceitos (culpa e responsabilidade), além de falar sobre outras coisas importantes, é claro.
Bem, resolvido esse problema de semântica agora, vamos então falar sobre a culpa e a responsabilidade. Esses conceitos dizem respeito as coisas que acontecem conosco.
Bom, culpa é quando as coisas que estão acontecendo com você foram causadas por você e responsabilidade diz respeito as coisas que não foram causadas por você mas que as suas escolhas vão influenciar diretamente esses acontecimentos.
Vamos dar exemplos, não é?
Bom, imagine que você tenha que guardar um segredo e daí, por algum motivo, você acaba revelando ele para alguém que de jeito nenhum deveria saber desse segredo.
Dai, isso gera consequências negativas e essas consequências negativas são culpa sua, pois foram causadas por você, porque você revelou o segredo.
Agora, imagine que você seja um juiz e precise tomar um veredito diante de um crime. O crime não é culpa sua, mas ainda assim, é sua responsabilidade, pois a escolha que você tomar, vai influenciar diretamente nesse crime.
Entende a diferença?
Outra diferença marcante é que culpa é passado e responsabilidade é presente. A culpa diz respeito a coisas que você fez no passado e a responsabilidade, diz respeito as escolhas que vai ter que fazer agora.
Acho importante entendermos a diferença entre esses conceitos pois nos ajudam a ter mais autonomia e controle sobre as nossas escolhas diante dos acontecimentos em nossa vida.
Quando percebemos que algo que achávamos ser culpa de outra pessoa e percebemos que é nossa responsabilidade, podemos tomar uma escolha visando mais as consequências e benefícios da possiveis escolhas que podemos fazer.
Por exemplo, imagine que você acorde um dia e, ao abrir a porta da sua casa, percebe que tem uma cesta com um bebê ali dentro.
O bebê estar ali não é culpa sua, mas é sua responsabilidade fazer algo a respeito dele ali, mesmo que escolha não fazer nada, pois até isso é fazer alguma coisa.
Então, você pode escolher culpar a pessoa que deixou o bebê ali e pensar “não é minha culpa que ele esteja aqui“ e assim, se ver no direito de não fazer nada.
Mas, quando você percebe que tem responsabilidade sobre aquela situação, isso te permite ser mais consciente das suas possibilidades e também das suas consequências. Você para de buscar um culpado para apontar o dedo e começa a assumir responsabilidade sobre a situação. E isso pode bastar para a situação sair melhor do que sairia se você simplesmente quisesse apontar um culpado.
Quando paramos de buscar culpados pelas coisas que acontecem em nossa vida, quando percebemos que podemos sim fazer algo com relação a essas coisas, pois somos responsáveis por elas, isso basta para vermos as coisas com outros olhos e para que (tentemos) gerar mudanças que acreditamos ser melhores.
Por exemplo, a fome no mundo, as guerra, todas as coisas negativas no mundo e que sempre reclamamos, não são culpa nossa, mas são nossa responsabilidade: qualquer coisa que escolhemos fazer gera consequências nessas situações e mesmo que possam parecer pequenas, ainda assim são consequências.
Mark Manson quando fala sobre isso dá o exemplo da Malala: não era culpa dela que ela e outras tantas meninas não pudessem estudar, mas era responsabilidade dela fazer algo a respeito.
Imagine se Malala tivesse escolhido não fazer nada a respeito dessa situação? Garanto que todas as coisas que ela conquistou jamais teriam sido conquistadas, para início de conversa.
Portanto, escolha assumir responsabilidade pelas situações em sua vida e garanto que vão surgir consequências grandiosas diante disso.
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